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Dólar chega a R$ 1,555
A instabilidade no país europeu colocou, mais uma vez, o Brasil em evidência e como um porto seguro para o capital estrangeiro.
Em uma clara reação ao pacote de ajuda à Grécia, o dólar caiu ontem a R$ 1,555, alcançando sua menor cotação desde janeiro de 1999, quando foi negociado a R$ 1,538. A instabilidade no país europeu colocou, mais uma vez, o Brasil em evidência e como um porto seguro para o capital estrangeiro. A forte entrada de recursos obrigou o Banco Central a intervir duas vezes no mercado, mas a instituição não conseguiu segurar a cotação da moeda norte-americana. Só nos primeiros 15 dias de julho, ingressaram no país US$ 10,1 bilhões. No ano, o fluxo já atinge a casa dos US$ 50 bilhões.
A nova movimentação de dólares rumo ao Brasil ocorreu ainda em um dia de exaustivas negociações nos Estados Unidos pelo aumento do teto da dívida pública do país. Mas não houve progressos. "Não há avanços a anunciar. Não estamos perto de um acordo", afirmou ontem o porta-voz Jay Carney. Mas a hipótese de um consenso entre democratas e republicanos até a data limite de 2 de agosto ainda é maior aposta do presidente Barack Obama para evitar uma moratória no país. "Estou confiante em uma solução", declarou ele a uma rede de televisão.
Na terça-feira, a Câmara aprovou um plano para o orçamento do país. Amanhã, o Senado deve avaliar a proposta. Mas, mesmo se aprovada, Obama já anunciou que a vetará. Os democratas já avisaram que não há chances de um desfecho positivo. Formulado pelo Partido Republicano, o plano permitirá a elevação do teto da dívida em US$ 2,4 trilhões, caso o Congresso concorde com um corte de gastos de US$ 111 bilhões em 2012, limite os gastos nos próximos anos e aprove uma emenda à Constituição referente ao orçamento. O limite atual da dívida dos EUA é de US$ 14,3 trilhões.
Repercussões preocupantes
O risco de um calote dos Estados Unidos continua assombrando a economia mundial na ausência de um acordo para elevar o limite da dívida. A agência de classificação de risco Standard & Poor"s advertiu que as complicadas negociações poderão ter repercussões preocupantes na Europa e na América Latina. "Toda tensão suplementar gerada por um bloqueio duradouro nos Estados Unidos provavelmente pioraria uma conjuntura já difícil nos mercados da Europa, levando em conta os consideráveis desequilíbrios do orçamento da Grécia, de Portugal e da Irlanda", escreveram os analistas da agência.