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Juros já subiam antes da alta da Selic
Isso ocorreu tanto para as empresas quanto para o consumo das pessoas físicas.
Antes mesmo do início do ciclo de alta de juros pelo Banco Central, que elevou na quarta-feira a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9,5% ao ano, os bancos já começaram a remarcar suas tabelas do crédito. Isso ocorreu tanto para as empresas quanto para o consumo das pessoas físicas.
As taxas de empréstimos para pessoas físicas, que haviam registrado o pico histórico de baixa no mês de março, com 41% ao ano, já apontaram elevação nos primeiros quinze dias de abril. Dados parciais divulgados pela autoridade monetária ontem mostram que, até o dia 15, a taxa média de juros bancários para o consumidor subiu 1,2 ponto percentual em relação a março, atingindo 42,2% ao ano.
Já entre as empresas, os juros subiram antes - ainda em março - em 0,4 ponto percentual, para 26,3% ao ano. Em abril, a tendência se manteve, e o BC registra até o dia 15 nova elevação, de 0,4 ponto, para 26,7% ao ano.
Entretanto, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, é preciso esperar o fechamento do mês, porque muitas vezes essa tendência se inverte na segunda quinzena do mês. Mas, de maneira geral, diz, essa alta nas taxas já reproduz a subida do custo de captação para os bancos. "O movimento de elevação já refletia o movimento de alta na curva de juros futuros", afirma.
Ainda de acordo com Lopes, houve também um crescimento mais forte da demanda por linhas mais caras de crédito. Esse é o caso do desconto de duplicatas, no caso das empresas, e do crédito pessoal tradicional, para as pessoas físicas. Essas modalidades de empréstimo possuem custos maiores do que o dos empréstimos consignados e dos créditos direto ao consumidor (CDC), por exemplo.